domingo, 19 de junho de 2011

Resenha

Resenha: Filme - AMADEUS

AMADEUS é um filme do gênero drama do ano de 1984, que conta uma história marcada por sucesso e inveja. De um lado Antonio Salieri, compositor oficial da Corte Austríaca, do outro Wolfgang Amadeus Mozart, o versátil gênio precoce, que migrara de Salzburgo para Viena ainda jovem. O enredo constitui um turbulento triangulo composto por Salieri, Mozart e o Divino.
A história se passa num hospício onde Salieri permanecia internado e recebeu a visita de um padre, que buscava a sua confissão acerca da dramática morte de Mozart. Embora com um pouco de resistência, o músico inicia um longo diálogo que durou toda uma noite, onde ele narra sua relação com o gênio.
Salieri desde criança convivia com sentimentos de frustração. Seu pai, sempre com planos que envolviam os negócios, não o permitia ingressar na vida artística da música, que ele tanto amava. No entanto, a morte repentina do seu pai, engasgado durante uma refeição, que ele sugere que tenha sido um milagre Divino, o permitiu seguir a carreira musical. Salieri desenvolveu sua devoção a Deus, fazendo várias promessas, inclusive q do celibatário, como forma de sacrifício, para alcançar sucesso na música.
A narrativa relembra sua juventude e mostra sua vida a partir da fase adulta, quando se junta à elite cultural da Viena. Salieri começa sua carreira como um homem devoto e temente a Deus, que acredita que seu sucesso e talento como compositor são recompensas divinas por sua fé, e vive satisfeito como compositor da corte.
Mozart chega a Viena e é secretamente observado por Salieri, que o percebe como uma pessoa muito irreverente e devassa, mas se surpreende imensamente quando após a "Marcha de Boas-Vindas", que lhe dera certo trabalho para concluir, após tê-la ouvido apenas uma vez, Mozart cria um improviso, sem fazer esforço.
Durante todo o filme se observa o drama vivido pelos dois compositores. Salieri, embora demonstrasse afeição por Mozart, não admitia que houvesse talento superior ao seu. Passou então a viver imerso numa imensa frustração, e, amargurado por seu sofrimento, empenhou-se em criar empecilhos para o sucesso daquele que reconhecia como superior. O sentimento de inveja que dominava seu ser passou a afetar seu equilíbrio emocional e o motivou a arquitetar a morte de Amadeus.

Nem mesmo a fé foi capaz de sustentar Salieri, que passou a acreditar que Deus estivesse usando a genialidade de Mozart para afrontá-lo. Amadeus era uma pessoa extremamente alegre, mas sua alegria soava mal para Salieri. Era como se aquelas risadas e brincadeiras fossem o próprio Deus zombando da sua mediocridade artística.
Mozart, embora com tanto talento e alegria, juntamente com sua esposa e seu filho, vivia um grande tormento na vida financeira. E após a morte de seu pai, Leopold, seu desespero tomou proporções ainda maiores. Os gastos da família aumentavam e as oportunidades de trabalho diminuíam, momento em que Salieri se aproveitou para aplicar seu plano de vingança. Ele o contratou, com promessa de grande recompensa, para realizar uma composição, da qual mais tarde assumiria a autoria. Mozart, sem desconfiar de nada, aceita e começa a compor sua última obra, Missa de Requiem.
A situação financeira de Mozart só piorava e as cobranças por duas obras, o Requiem e da Flauta Mágica, levaram-no à completa exaustão. Devido ao seu comportamento, a esposa o abandonou levando consigo o filho. Seu estado de saúde era cada vez mais preocupante, até que passou mal durante a estréia da obra Flauta Mágica assistida perplexamente por Salieri, que foi quem o socorreu, levando-o até a sua residência.
Salieri, se aproveitando da fragilidade de Mozart, praticamente o obrigou a concluir o Requiem. Em seu leito de morte, Mozart ditou a obra para que ele transcrevesse à partitura, e assim foi por toda a madrugada. Constanze, arrependida de sua fuga, retorna e encontra Salieri, não aceita aquilo e interrompe o trabalho, ordenando-o que vá embora. Quando ela se volta para Mozart, eis que ele já está morto. O Requiem não se conclui, mas Salieri assiste o corpo de Mozart sendo levado para fora de Viena, onde é enterrado.
O filme se encerra com o término da narração, onde Salieri conclui afirmando que Deus preferiu matar Mozart a ele e permitiu-lhe uma mínima parcela de sua glória. E diz ao padre, em despedida, enquanto é retirado do quarto em sua cadeira de rodas, que responde por todas as mediocridades do mundo, pois é o campeão e padroeiro delas.
Em verdade, a história relatada no filme, revela uma realidade recorrente no meio artístico, onde a inveja por diversas vezes desperta a ira de muitos por não se conformarem com o sucesso dos outros. É um filme de produção muito rica no que tange à musicalidade, figurinos e performances e apresenta também um misto de sentimentos dos mais variados que se pode experimentar, como amor, ódio, fascínio e repulsa; tão paradoxais, mas que no fundo se complementam.
Apesar da extensão, quase 03h, o filme muito me agradou, fato pelo qual recomendo sua apreciação.

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