Leonardo di Ser Piero
DA VINCI
★ 1452 1519 †
Nasceu em 15 de abril o fruto do relacionamento não-oficial de Ser Piero, um profissional jurídico (notário), com a camponesa Catarina, na comuna de Vinci, na Toscana, então era território de Florença. Essa região, que hoje corresponde à Itália, ainda não era unificada como um país na época.
Apesar das poucas informações sobre sua infância, sabe-se que passou os seus primeiros 5 anos com sua mãe, até ela se casar com outro homem. Depois disso, mudou-se para a casa da família de seu pai, seu avô, e seu tio, na pequena cidade de Vinci. Seu pai também se casou com outras três mulheres. A morte do avô de Leonardo, também foi por volta desse período.
Segundo o biógrafo Giorgio Vasari, ainda jovem, Leonardo teria ilustrado um escudo para um camponês local a pedido de seu pai. Ele pintou serpentes ou dragões soltando fogo que agradaram a ponto de Ser Piero ter vendido para um negociante de arte florentino que, por sua vez, o vendeu a um duque de Milão. A venda, é claro, gerou lucros.
Com catorze anos (ano de 1466), Leonardo passou a ser aprendiz de um dos mais bem-sucedidos artistas de seu tempo, Andrea di Cione, conhecido como Verroccio (Olho verdadeiro) O ateliê dele estava no centro das correntes intelectuais de Florença, o que garantiu a Leonardo uma formação também nas Ciências Humanas. Outros pintores famosos foram aprendizes neste mesmo ateliê, como Botticelli. Leonardo foi exposto desde cedo a uma vasta gama de técnicas artísticas, e teve a oportunidade de aprender desenho tecnico, química, metalurgia, mecânica, carpintaria, e a trabalhar com materiais como couro e metal, fazer moldes, além das técnicas artísticas de desenho, pintura, escultura e modelagem.

Presumo daí o início do seu desenvolvimento nas várias áreas do conhecimento. A excelência na realização de experimentos de engenharia, anatomia, medicina e tudo mais que pudesse despertar o interesse humano e estivesse ao seu alcance foi realizado com excelência por Leonardo Da Vinci. E talvez essa sucesso nas experiências tenha sido essa primeira formação já interdisciplinar e prática desde o início.
“Boa parte da produção de pinturas do ateliê de Verrocchio tinha a contribuição de seus funcionários-aprendizes” (wikipédia).
Pesquisadores investigam e especulam sobre as possíveis participações de Da Vinci nos quadros assinados por Verocchio, analisando os retoques de tinta, as mudanças de estilo e pincelada e as técnicas utilizadas. O quadro O Batismo de Cristo (à direita) é um dos alvos, no qual dizem que o jovem anjo da esquerda, que segura a túnica de Jesus (de acordo com o biógrafo Vasari), tem uma qualidade superior ao resto do quadro, e que teria sido da autoria de Da Vinci.
Em 1472, com vinte anos de idade, Leonardo se qualificou para o cargo de mestre numa guilda de artistas e doutores em medicina (isso lembra o nosso IHAC?), porém mesmo depois ter montado seu próprio ateliê, sua ligação com Verrocchio permaneceu viva.
Aos poucos, as pessoas da corte passaram a fazer encomendas diretamente a Leonardo. Sua obra mais antiga a ser datada é um desenho de 1473.
De 1476, quando foi acusado de sodomia, até 1478 não existem registros nem de obras suas nem de seu paradeiro, embora se costuma presumir que Leonardo tenha estado no ateliê, em Florença, entre 1476 e 1481.

Entre 1482 e 1499, trabalhou ainda em Milão e pintou A última Ceia e A Virgem dos Rochedos, trabalhos bem conhecidos. Trabalhou para um duque não oficial de Milão, Ludovico Sforza, fazendo desfiles, projetos arquitetônicos, momumentos, dentre outras realizações.
Retornou a Florença em 1500, e nessa década trabalhou como arquiteto e engenheiro militar para o filho do papa Alexandre VI e com ele viajou pela Itália. Em 1503 recebeu a enconmenda do famoso retrato de Mona Lisa. Transitou ainda entre Milão e Florença diversas vezes, com outros patronos.

Na velhice, para prabalhar na encomenda de uma escultura móvel de leão, acabou ficando até a morte na cidade de Amboise, França.
Ficou mais famoso pelas seus quadros de retratos da nobreza e de personagens e cenas bíblicas, bem como murais em catedrais, esculturas, pinturas, como A Última Ceia, Mona Lisa, A Dama com Arminho, dentre outros… Essa era uma época de estudos científicos, de resgate dos padrões estéticos clássicos, de evolução e criação de técnicas, de valorização da “perfeição”. A arte era luxo da corte, era a comunicação com o divino, era ornamento de igrejas, era a maneira de contra as histórias que importavam, de dar cores aos mitos e lendas.

A arte atestava prestígio aos que patronos que a encomendavam e garantia uma aura de admiração e devoção aos que a produziam.
Leonardo, que também era um músico talentoso, criou instrumentos musicais.
Parece ter deixado uma marca forte no seu tempo que persiste impressionando muitos até hoje: em relação à sua personalidade intrigante, à coexistência do seus múltiplos talentos artísticos com a inteligência científica, sua faceta de cientista, investigador e inventor.
Perguntaria a Leonardo, qual é o sentido da busca pela pintura realista hoje, com máquinas fotográficas que nos servem de base para a realidade, e acostumam os olhos do público a verem a realidade copiada?
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