A atividade de Teatro-Fórum cria espaços de diálogo e melhora a condição humana entre presos e servidores penitenciários.
Augusto Boal costuma dizer que um dos objetivos do Teatro do Oprimido é humanizar a Humanidade. Por mais intrigante que possa parecer, o que constatamos é que quanto mais o desenvolvimento avança, temos a impressão que o processo de desumanização da humanidade também avança, se multiplica e se aprofunda.
O teatro do oprimido é um método intensamente praticado no mundo, sendo feito sem fronteiras de línguas, culturas e territórios, por praticantes empenhados em transformar realidades injustas e opressivas dessa humanidade que, às vezes parece tão abstrata que fica difícil humanizá-la.
No ambiente prisional, essa proposta parece ainda mais ambiciosa, pois nas prisões brasileiras, os sinais de desenvolvimento humano são quase imperceptíveis, ao mesmo tempo em que é tão forte o processo de desumanização (processo que retira da pessoa o sentido do que há de positivo na condição de ser humano).
A equipe do CTO-Rio, utiliza-se do projeto Teatro do Oprimido nas prisões, buscando entender a realidade e colocá-la em discussão e, a partir daí, buscar os meios concretos para provocar sua transformação. No projeto, presos, presas e servidores penitenciários encenam suas vidas na relação com o cárcere, produzindo espetáculos de Teatro-Fórum.
O processo de re-criação das experiências da vida no palco permite ver essa vida de outros ângulos. Como se cada um pudesse sair de si para se ver como a um outro. Ser um expectador da própria história e ver o conjunto múltiplo e complexo das ações que compõem o fato representado.
Produzir um espetáculo de Teatro-Fórum é refletir sobre o passado (fato acontecido), ensaiar sua transformação no presente (análise da ação teatral) e inventar o futuro desejado (alternativas de ações diretas).
A autora descreve uma das experiências com esse projeto em Natal (RN), onde um grupo de presos se apresentou encenando a história da morte de um preso por negligência de um agente penitenciário. Gerou muita discussão construtiva de como faltou a humanidade naquele agente e que tudo poderia e pode ser diferente. Depois os presos puderam assistir, como homens comuns, junto com seus familiares, as outras apresentações. Até a hora de voltar para a prisão.
Então surgiu o questionamento: será que ao retornar para a unidade prisional tudo seria como antes? Talvez não, porque eles descobriram que são muito mais que uma função social de preso, são de funções sociais múltiplas e complexas, que são únicas. Individuais e coletivas. Não há como não ver a humanização que aconteceu com eles. Voltando a Boal, o evento humanizou a Humanidade.
Produzir um espetáculo de Teatro-Fórum é refletir sobre o passado (fato acontecido), ensaiar sua transformação no presente (análise da ação teatral) e inventar o futuro desejado (alternativas de ações diretas).
A autora descreve uma das experiências com esse projeto em Natal (RN), onde um grupo de presos se apresentou encenando a história da morte de um preso por negligência de um agente penitenciário. Gerou muita discussão construtiva de como faltou a humanidade naquele agente e que tudo poderia e pode ser diferente. Depois os presos puderam assistir, como homens comuns, junto com seus familiares, as outras apresentações. Até a hora de voltar para a prisão.
Então surgiu o questionamento: será que ao retornar para a unidade prisional tudo seria como antes? Talvez não, porque eles descobriram que são muito mais que uma função social de preso, são de funções sociais múltiplas e complexas, que são únicas. Individuais e coletivas. Não há como não ver a humanização que aconteceu com eles. Voltando a Boal, o evento humanizou a Humanidade.
Sugiro a leitura sobre o Teatro dos Oprimidos de Boal e incentivo conhecer um pouco mais desse belo projeto Teatro dos Oprimidos nas prisões.
Texto: Teatro do oprimido nas prisões
Autor: Bárbara Santos
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