sexta-feira, 15 de julho de 2011

Breve pesquisa na internet

Problema:
A mediação cultural através da ação artística da indústria do entretenimento e da facilitação visual – Abrangência das artes nas mediações culturais cotidianas, não deliberadamente identificadas como ações artísticas – programação visual, propagandas, filmes, musicas, tv.

Método: coleta de dados sobre a separação conceitual entre indústria do entretenimento e Arte. Observação cotidiana dos objetos em que percebo essa confusão.

Dados:
Buscando no Google a palavra chave “entretenimento” encontro um site da Globo dedicado a “entretenimento”. Nele figuram notícias sobre a vida pessoal de artistas e celebridades, notícias sobre o enredo de novelas, alem de seções específicas de “musica, teatro, jogos, culinária, cinema, moda & estilo”, todos relacionados de alguma forma à programação televisiva da emissora.
No site do hotmail temos categorias semelhantes, alem de atrologia e testes de personalidade.
No site da UOL, temos também as categorias específicas de artes: “design”, museus, biografias, exposições e resenhas de textos e livros, alem de “boas notícias”, muitas relacionadas à produções artísticas.

Texto de rui rebelo, do blog anacruzes : Arte e Entretenimento
Nos dias de hoje, com a globalização, a massificação do consumo e o crescimento exacerbado da indústria do lazer, torna-se cada vez mais difícil distinguir o entretenimento da arte. O ideal consumista converteu a arte num produto de estética populista, fruto da cultura do entretenimento e formatado à lógica do espectáculo.
A lei do rentável foi matando a capacidade de discernimento do indivíduo, tornando-o apenas em consumidor ou consumível .
"Arts and Entertainments” - Os motores de busca na internet teimam em colocá-los sempre no mesmo directório e o facilitismo da estandardização faz com que essa lógica se vá apropriando do imaginário colectivo.
Ambas fazem parte da cultura universal mas com papeis substancialmente diferentes na sua capacidade de intervenção no indivíduo, na sociedade e, consequentemente, na História.

Muitos animais se divertem e entretêm mas apenas um faz arte – o Homem.
O entretenimento (sem as mais valias do convívio, da pedagogia, da ginástica, etc.) está associado apenas ao prazer e a arte vai muito para além disso, é muito mais abrangente e está inevitavelmente vinculada à inteligência, à intuição, ao raciocínio, ao sentimento, à imaginação, à expressão e a tudo o que nos transcende.
Jogar consola com o meu filho é entretenimento. Olharmo-nos nos olhos e sentirmos o amor que nos une, compreendendo e realizando a importância desse amor, é arte.
Um diverte, a outra sensibiliza, emociona, perturba e faz pensar, tocando, modificando, sendo dinâmico e vivo, fazendo evoluir.
Por vezes tocam-se, misturam-se, como o azul e o amarelo que dão verde. Mas não deixam de ser coisas completamente distintas.

Entreter é o espaço entre o que se teve e o que se vai ter, é o tempo em que não se tem nada, em que não se é nada, em que não se existe. Logo é necessário passar esse tempo para outra coisa ter, ser ou existir por nós. Recorre-se então ao passatempo que é uma espécie de encher um copo sem fundo, onde se tem uma sensação de satisfação e a ilusão da acção em si. Passar o Tempo é a coisa mais estúpida que se pode (não) fazer na vida. Simboliza a inutilidade por excelência e é sinónimo de inactividade e improdutividade. É queimar tempo de existência. Não no sentido da meditação e da introspecção mas no sentido da passividade no seu estado mais estupidificante.
Entretenimento é darem-nos algo já feito quando nós não estamos a fazer nada, é darem-nos uma comida já mastigada, ingerida e digerida..."
Rui Rebelo

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Referências:
rui rebelo, do blog anacruzes : Arte e Entretenimento
Sites do UOL, hotmail, Globo.com, filme Habana Blues.

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